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ANÁLISE | TELEDRAMATURGIA

Atriz do momento, Vera Holtz salva A Lei do Amor da morte prematura

Reprodução/Globo

Vera Holtz em cena como a vilã Mag, personagem que sustenta a trama de A Lei do Amor - Reprodução/Globo

Vera Holtz em cena como a vilã Mag, personagem que sustenta a trama de A Lei do Amor

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 28/1/2017 - 6h05

Em meio a um processo de mudanças que provocou a desconfiguração de boa parte da trama inicial, uma personagem de A Lei do Amor, novela das nove da Globo, passou incólume: Magnólia (Vera Holtz). É certo que a matriarca da família Leitão deixou de lado a dubiedade que tinha no começo para assumir de vez o papel de grande vilã da história, mas tal fato não a descaracterizou, apenas deixou mais claro seus reais propósitos.

Inserida no melhor núcleo de A Lei do Amor, Magnólia tem mais destaque até mesmo do que a heroína da história, Helô (Claudia Abreu). Sua trama é muito mais interessante do que o romance praticamente sem conflitos da galerista com Pedro (Reynaldo Gianechinni). O entrecho da mãe que engana a própria filha ao se tornar amante do genro é original e ao mesmo tempo o melhor combustível da novela.

É por conta do amor que sente por Ciro (Thiago Lacerda) que Magnólia se torna capaz de qualquer coisa, até mesmo de matar, como fez recentemente com Beth (Regiane Alves) em uma cena marcante, na qual o trabalho de enquadramento da direção de Denise Saraceni merece ser destacado.

Por anos, Magnólia enganou a todos com a capa de mulher cristã, temente a Deus, e não raro é vista diante de um santo, a pedir proteção para os Leitão e principalmente para ela. Aos poucos, porém, toda a base familiar que Magnólia tanto preza por manter começa a ruir quando os outros personagens passam a descobrir a verdadeira faceta da matriarca.

Ainda que A Lei do Amor nunca tenha padecido de marasmo _pudera, com um elenco gigante como o que tem_, foi a partir da concentração da história ao redor de Magnólia que a novela ganhou fôlego. São as ações muitas vezes desmedidas da vilã que contribuem para a movimentação do folhetim, que tem muito a ganhar se investir mais e mais na personagem.

A força de Magnólia está, também, no desempenho irretocável de Vera Holtz, que aos poucos foi dando nuances à criação. A frieza, por exemplo, está no jeito de andar; a dissimulação e o cinismo, na expressão facial. Sem exageros, usou ainda o sotaque interiorano próprio para ajudar na construção da personagem e não desperdiça uma cena sequer.

Nesta semana teve início a derrocada de Magnólia, que passará por um calvário digno de pena: será expulsa de casa e passará a viver de favores. A cena em que foi desmascarada diante de todos ficou no limite da mexicanização, mas Vera soube segurar a onda e manteve-se bem ao longo de toda a sequência, que culminou com Magnólia jogada no chão. 

Entre os personagens que a cercam, vale destacar também o trabalho de Thiago Lacerda, contido e frio em um de seus melhores desempenhos na televisão, e Camila Morgado (Vitória). Os embates entre mãe e filha são cheios de tensão, e as duas atrizes, que já viveram a mesma configuração familiar em O Rebu (2014), se complementam.

Atriz do momento na televisão, Vera Holtz é o pouco de oxigênio que ainda resta à trama das nove. Sem ela, A Lei do Amor já estaria respirando por aparelhos, depois de tantas mudanças pelas quais passou.


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